domingo, 21 de junho de 2009

Sabonete

Penso em ti como parte pulsante do meu corpo. Gosto de me envolver em ti como bolhas flutuantes e o cheirinho de nosso pacto. Deleito-me no seu corpo dolorido depois de um dia inteiro de labuta. Esqueço-me dos meus sonhos pelo prazer de me deitar em suas mãos. Afogo-me no seu colo e peço seu dengo como um bebê em suave acalento. Desfaço-me. Apago-me.

Nossos pequenos momentos juntos embriagam-me de puro prazer. Inevitavelmente diluo a transparência do meu ser em gotículas de suor salgado. Espero-te ao anoitecer e de leve encanto quando o sol clama pela manhã. Não reclamo dos poucos minutos a sós, pois entendo sua independência. Não nego que gostaria de ter mais e mais de ti. Seu porto, seus braços, seu rosto, suas coxas, seus dedos...

Sempre guardo um sopro de espuma para esvaírem suas lágrimas. Escorro-me dos seus dedos e morro aos seus pés. Esqueço-me. Mostro-me nos morros de sua pele. Tato saltitante em busca do seu aroma verdadeiro. Dissolvo-me completamente, morrendo-me a tirar o amargor da sua pele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário